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Como Trabalho

O que é psiquiatria?

Psiquiatria é uma especialidade da Medicina que lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de origem orgânica ou funcionais. O psiquiatra trata doenças mentais como depressão,  transtorno bipolar,  esquizofrenia, transtornos de ansiedade, quadros demenciais, etc.. A meta principal é o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico. Para isso, é necessária uma avaliação completa do paciente, a partir de diferentes perspectivas: biológica, psicológica, cultural, entre outras. As doenças mentais ou problemas psíquicos podem ser tratados por meio de medicamentos ou terapêuticas diversas, como a psicoterapia. A avaliação psiquiátrica envolve o exame do estado mental, a história clínica do quadro psiquiátrico ou psicológico e também do estado clínico geral, visto que muitas doenças clínicas como alterações hormonais, problemas neurológicos, etc. podem mimetizar ou acompanhar-se de alterações psiquiátricas. Testes psicológicos, neurológicos, neuropsicológicos e exames de imagem podem ser utilizados como auxiliares na avaliação, assim como exames físicos e laboratoriais. O diagnóstico é dado mediante entrevista clínica, que busca avaliar a psicopatologia do paciente. Quando há necessidade de codificar um diagnóstico, os  critérios usados na saúde pública são a CID-10 da Organização Mundial de Saúde, adotada no Brasil e o DSM-5 da American Psychiatric Association.

O que é saúde mental?

A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é definida. Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. A saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar o equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica (capacidade de reagir aos estresses e depois retornar ao estado normal). Admite-se, entretanto, que o conceito de Saúde Mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais. A saúde mental muitas vezes depende também da ausência de doença física. Mesmo a noção de saúde em geral não é clara. Segundo a OMS, saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade. Esse conceito mostra que: 1- saúde não significa ausência de doença. Ao desvincularmos a saúde da doença temos grandes mudanças conceituais; 2- saúde não se limita apenas ao corpo. Inclui também a mente, as emoções, as relações sociais, a satisfação no trabalho, condições de moradia, participação na coletividade; 3- existe a necessidade do envolvimento de outros setores sociais e da própria economia para que as pessoas possam de fato ter saúde; 4- a saúde de todos nós, além de ter um caráter individual, também envolve ações das estruturas sociais, incluindo necessariamente as políticas públicas;

Assim, Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre as capacidades internas e as exigências do meio ambiente ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem perder a noção da realidade, a serenidade, ser capaz de ser sujeito de (e responsável por) suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude, respeitando códigos de ética, a legislação de sua sociedade e os direitos do outro.

Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros na maior parte do tempo. Aceitar as exigências da vida, seus desafios e percalços. Saber lidar com suas próprias emoções e as dos outros: alegria/tristeza; coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações. É também reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.
Em 1988, a Constituição Federal do Brasil passou a definir saúde como um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196 e 198). Desse modo, a saúde mental também deveria ser um direito de todos, mas da mesma forma que ocorre com a saúde em geral no p
aís, a saúde mental no SUS deixa a desejar.  


Como é o tratamento psiquiátrico?

Depois que o psiquiatra chega ao diagnóstico psiquiátrico, ele elabora um plano de tratamento.  Às vezes, é possível dar o diagnóstico na primeira consulta. Outras vezes, não, são necessárias várias consultas ou mesmo observar a evolução do quadro para chegar a um diagnóstico preciso. O tratamento em geral é realizado com medicamentos e psicoterapia. Medicamentos psiquiátricos são parte importante do arsenal terapêutico, embora atualmente haja outros procedimentos como eletroconvulsoterapia, estimulação magnética transcraniana, estimulação cerebral profunda e neurocirurgias. As duas últimas são realizadas por neurocirurgiões, em parceria com o psiquiatra.  A psicoterapia também faz parte do arsenal terapêutico do psiquiatra, quando este fez formação para tal. Outros profissionais de saúde mental, como psicólogos, psicanalistas e terapeutas ocupacionais podem também ter formação em psicoterapia e trabalhar conjuntamente com o psiquiatra no tratamento das doenças mentais.
Existe muita confusão no conhecimento dos leigos sobre as diferenças entre o trabalho feito por psiquiatras, psicólogos e psicoterapeutas. A principal distinção entre o psiquiatra e os outros profissionais de saúde mental é que este é médico, ou seja, cursou Medicina e está habilitado a prescrever medicamentos. A psiquiatria é uma área da Medicina-Ciências da Saúde, enquanto a Psicologia é uma ciência da área de Humanas. A psicologia estuda o comportamento e o desenvolvimento humanos, não necessariamente patológicos, enquanto a Medicina estuda a patologia. Assim, há muita sobreposição entre a psiquiatria e a psicologia, de forma que profissionais das duas áreas trabalham muitas vezes em parceria. O psicólogo psicoterapeuta trata pacientes por meio de psicoterapia, mas não está habilitado a medicar seus pacientes, função exclusiva do psiquiatra. Já o psiquiatra pode tratar seus pacientes com medicamentos e, se tiver formação em psicoterapia, poderá tratá-los com esse método também. Existem psiquiatras que optam por tratar somente com psicoterapia e não medicar seus pacientes. Em geral, são psiquiatras que fizeram formação psicanalítica, em uma época em que os psicotrópicos não estavam tão desenvolvidos como atualmente, e os resultados dos tratamentos eram limitados. Outros preferem não medicar a atender seus pacientes em psicoterapia simultaneamente pois pode haver confusão na interpretação dos fatos ou o psiquiatra pode deixar de exercer uma das funções da melhor maneira. Em suma, é uma tarefa difícil fazer as duas coisas, então a parceria entre dois psiquiatras ou entre o psiquiatra e o psicólogo no tratamento dos pacientes em geral dá um excelente resultado.      


Como eu trabalho?

Cada psiquiatra tem seu modo de trabalhar. Uns atendem em meia hora, outros em 40 ou 50 minutos; alguns somente atendem "em clínica", ou seja, medicando, sem administrar psicoterapia e existem aqueles que atendem das duas maneiras, medicando e oferecendo psicoterapia, que pode ser feita em uso ou não de medicamentos. Aqui falo um pouco da minha forma de trabalhar. Em geral, a primeira consulta dura uma hora no caso de adultos que estejam procurando tratamento pela primeira vez na vida. Quando os pacientes vêm de outros Estados ou cidades ou quando vêm para uma segunda opinião, ou para tratamento de casos refratários, em geral a primeira consulta terá duas horas. Assim, garante-se tempo suficiente para uma definição, evita-se que se tenha que marcar uma entrevista complementar, o que para pacientes de outras cidades torna-se complicado. No caso de crianças e adolescentes, a primeira consulta também terá duas horas, pois preciso entrevistar os pais e coletar toda a história de vida do paciente antes de examiná-lo.  Todas as consultas são cobradas, não há o chamado “retorno”, pois em cada consulta há necessidade de avaliar o bem-estar biopsicossocial (o que toma tempo), e ao final da avaliação decide-se por mudança ou não no esquema terapêutico, solicitam-se exames de acompanhamento etc. E para todas as consultas reservo 50 minutos, de modo que não existe também o "encaixe" ou "overbooking". Se alguém cancela o horário, disponibilizo-o. Se não tenho horário livre, não é possível "encaixar" , a não ser que alguém falte. Por isso, peço sempre aos pacientes que me avisem com antecedência de no mínimo 48 horas o cancelamento, assim tenho tempo de oferecer o horário a outras pessoas que esteja dele precisando.   

Em geral, as consultas são a cada dois ou três meses, quando o acompanhamento é somente clínico, ou seja, quando não se faz um contrato de psicoterapia. Na psicoterapia, as sessões são semanais ou duas vezes por semana. No momento não atendo mais em psicoterapia. Casos mais graves em atendimento clínico podem requerer atendimentos semanais ou quinzenais até a estabilização do quadro, o que é avaliado caso a caso. Quando há estabilização do quadro, as consultas passam a ser a cada dois meses. Pessoas que precisam de medicação de uso contínuo e estão bem clinicamente podem ser vistas a cada 3 ou 4 meses.
Atualmente não aceito casos que exijam interação psiquiátrica ou consultas de urgência, dada a agenda superlotada. 
Nos intervalos entre as consultas, quando há alguma dúvida sobre a medicação, ou algum efeito colateral, em geral a comunicação se dá por whatsapp ou  e-mail. Prefiro o e-mail, pois assim as mudanças de conduta ficam registradas para que depois as acrescente ao prontuário.

O tratamento é um acordo entre duas partes: médico e paciente precisam trabalhar em conjunto para atingir o melhor resultado. O médico diagnostica, prescreve, solicita exames, acompanha a evolução do quadro. O paciente deve tomar a medicação corretamente, fazer os exames solicitados, comparecer às consultas marcadas em comum acordo, relatar efeitos colaterais, medicações que sejam prescritas por outros médicos, etc., tudo aquilo que pode interferir no tratamento.

Minha Filosofia de Trabalho
Sempre considerei o indivíduo como um todo. A medicina divide as especialidades por questões técnicas, pois uma só pessoa não consegue saber de tudo de todas as especialidades. Assim, o Clínico Geral têm uma boa noção do todo e trata doenças que se referem a várias especialidades, mas quando ele necessita de uma opinião mais específica, manda o cliente a um especialista. O especialista, por estudar mais determinado tema, terá condições de fazer um diagnóstico mais difícil ou tratar as doenças do modo mais moderno naquela especialidade. A Psiquiatria sempre foi refém da dualidade corpo-mente, uma divisão artificial, já que o corpo e a mente interagem, um afetando o outro. Por conta disso, sempre fiz questão de saber o máximo que posso da clínica médica geral, tanto para fazer diagnósticos diferenciais com mais propriedade, como para encaminhar aos especialistas corretos quando necessário. 
Atualmente se fala em Medicina Integrativa. Medicina Integrativa é a prática da medicina que reafirma a importância da relação entre o paciente e o profissional de saúde. Ela é focada na pessoa em seu todo, informada por evidências e faz uso de todas as abordagens terapêuticas adequadas, com profissionais de saúde e disciplinas para obter o melhor da saúde e cura (health and healing). Sempre trabalhei com esse propósito, antes mesmo do termo ter sido disseminado. Isso significa que solicito exames, muitas vezes indo além do que se pede na psiquiatria, e uso abordagens da "medicina alternativa", tais como vitaminas, suplementos e minerais.  
Ultimamente tenho me dedicado ao estudo da cannabis medicinal, com resultados surpreendentes em diversas patologias como autismo, Tourette, Alzheimer, Parkinson, epilepsia, entre outras. Mais informações no meu canal do youtube e no blog.      
Quando procurar um psiquiatra?

Atualmente, os termos ansiedade, pânico, depressão, esquizofrenia, TOC e outros estão “na boca do povo”. A mídia é inundada por matérias sobre saúde, ou melhor, doença mental e é difícil não encontrar hoje quem diga “ah, meu TOC é fechar o gás” ou “meu TOC é guardar os sapatos encostados um no outro, se não, não durmo” ou “fico deprimida quando não consigo ir ao salão fazer as unhas...”.

Em primeiro lugar é necessário diferenciar o normal do patológico, do doente. As pessoas são todas diferentes umas das outras e cada qual tem sua característica pessoal de temperamento, aptidões, defeitos,  inteligência, etc. Existem comportamentos que são normais em uma cultura e considerados bizzaros em outra. Ou seja, o normal e o patológico dependem também da cultura onde se vive. Alguns comportamentos são normais em determinada fase da vida, mas se persistem são considerados patológicos. Outros comportamentos são normais quando ocorrem em uma determinada intensidade e doentios quando são tão freqüentes que chegam a causar problemas.

Então, quando é que um comportamento ou sentimento passa dos limites da normalidade e merece ser examinado por um psiquiatra? De modo muito resumido, pois somente a entrevista psiquiátrica é capaz de levar a um diagnóstico, citarei aqui alguns “indícios” de que um comportamento pode não ser normal.

1-      Sofrimento: se a pessoa sofre isso pode ser um sinal de que algo não vai bem. No entanto, o sofrimento também é parte normal da vida. Sofremos quando nosso cachorro morre, quando repetimos o ano na escola, quando somos rejeitados por quem amamos etc..  Se sofrer é normal, qual o limite?

2-      Duração do problema: se alguém amado morre, é normal ficar triste. Mas por quanto tempo? Dias, semanas, meses ou anos? O processo de luto pode variar mais ou menos de acordo com a pessoa, mas em geral se estipula que até um ano seria razoável sofrer a perda de alguém amado. Isso quer dizer que se faz 10 anos que meu pai faleceu e eu ainda sofro por isso, sou anormal? Não, pois não só o tempo define o caráter patológico, é necessário ver também o quanto isso interfere na vida cotidiana.

3-      Interferência no cotidiano: voltando ao exemplo do luto-se meu pai faleceu há 3 dias e eu não consigo sair da cama de tão triste, isso é anormal? Não necessariamente, mas de fato precisamos  cuidar de alguém nessa situação. No entanto, se o ente querido faleceu há mais de 4 meses e a pessoa não consegue trabalhar, não consegue se divertir, não vê mais graça na vida, aí sim, podemos estar diante de uma tristeza patológica, uma depressão (ou um luto complicado).

De modo simplista, podemos dizer que se a qualidade da emoção, do sentimento, do comportamento etc. for exagerado, absurdo, não compatível com a situação e alem disso interferir no cotidiano e no funcionamento ou qualidade de vida ou tiver uma duração além do esperado, há grande chance de que a pessoa enfrentando essa situação seria beneficiada por uma avaliação psiquiátrica.

O Víde abaixo busca desmistificar a psiquiatria e o psiquiatra:
clique aqui pra ver o vídeo

Abaixo, um texto do ilustre colega Dr Cláudio Lyra Bastos, que trata da epistemologia da Psiquiatria
Clique aqui para ir ao texto



 

 

Fontes: http://www.oncopediatria.org.br/portal/artigos/pais/conheca_direitos/oque_saude.jsp

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/saudemental01.htm

 

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